sábado, 30 de junho de 2012

Jequitinhonha, SL-MG e Claudio Bento-poeta de raízes.


"Como parte do projeto “Vale: Vozes e Visões – A arte universal do Jequitinhonha”, o Suplemento Literário lança uma edição especial em homenagem ao Vale do Jequitinhonha. A edição traz poemas de poetas e prosadores nascidos no Vale, como Adão Ventura, Cláudio Bento, Sônia Queiroz e muitos outros. Além dos textos, o leitor poderá viajar pelo Jequitinhonha através de um mapa a cores feito por Rômulo Vianna, que mostra o número de poetas e prosadores que lá nasceram, assim como Amanda López, que assina o poema “ A vida sempre vale”."


Claudio Bento, poeta jequitinhoense-por quem tenho muita admiração- manda-me em PDF, o SL (Suplemento Literário)  especial, de 2006, dedicado ao Jequitinhonha.Agradeço, penhoradamente.Além de comentá-lo , traz-me à tona lembranças muito preciosas.
Quando fui ao Uruguai, em 2007 -para o encontro do aBrace, em Montevidéu, pedi  aqui e ali, coisas de Minas Gerais impressas, para levar e doar.A maioria, nem necas: nem autores, mandaram livros.Mas os que o fizeram , têm seus exemplares na biblioteca da Intendência-qual Neuza Ladeira-agora com edição esgotada- e seu belo Opúsculos-anomelivros.
Na Secretaria de Cultura do estado de MG, a então superintendente, Camila ferreira Diniz, ouviu, por telefone, minha necessidade e disse que mandasse buscar  exemplares. Separaram-me um monte desses suplementos, um pouco amarelados, mas de uma riqueza enorme-que levamos-o Sarau Tropeiro(*) e eu, pelas ruas de Montevidéu e trocamos, na redação de um dois periódicos, pelos deles, novos e bem brancos.
Paguei um excesso de peso, mas valeu a pena, pena que mais mineiros-e brasileiros- ou latino-americanos não tenham tido acesso a esse número de 2006  do tradicional SL, , atemporal e preservador da memória...Das fotografias, ao folclore, a cerâmica, é tudo uma festa>,ver essa capa colorida, ampliada, fotografia de tecido todo bordado de artesanato mineiro tradicional .O imaginário do jequitinhonhense, que é povoado de seres fantásticos, condições climáticas, paisagens incomuns, reflete-se nas artes, na Poesia, na prosa, na alma.Maravilha!
Assim , receber para levar, suplementos amarelados pelo tempo, acabaram tornando-se um maravilhoso presente-que depois enviei a vários Estados.

E lembro ainda que sou leitora do SL, desde meus tempos de jornalismo em Juiz de Fora, Anos 60/70.E que escolhi para patrona na ALACIB,de Mariana, a primeira Diretora, a jornalista Laís Corrêa de Araújo, com quem trocava cartas (não havia Internet, e, claro, éramos missivistas) -e ela gostava de meus poemas da juventude -e me incentivava a seguir poetizando.

Clevane Pessoa 


Em setembro de 2011, Claudio Bento lançou mais um o livro, este chamado  "Jequitinhonha e outros poemas".Li os anteriores, onde se percebe o amor inconteste por sua região.Este, é dedicado a ela.Um de seus poemas que muito me atraem, é esse-e já lhe disse:


A CASA DA RUA DA INFÂNCIA 



A casa em que nasci e morei 
Não deixou apenas saudade 
Não sei bem 
O que deixou a casa em que nasci e morei 
O bicho de Pedra Azul 
balançava o pé de algodão 
O porão era escuro e lodoso 
Antepassados mortos apareciam ali 
O quintal era claro e cheio de frutas 
A casa em ue nasci e morei
 Antes de entulho 
Amontoado de pedra e cal 
Foi casa visitada 
Pelo sol e pela lua
 A casa em que nasci e morei
 Não deixou apenas saudade
 Deixou também 
Um aperto no coração 

Cláudio Bento Jequitinhonha-MG

Esse poema, pictórico, fala das raízes, das asas, da infância sugerida, da casa-uma forte e poética metáfora que para mim, daria o roteiro de um curta metragem.Ou longa...Ou reportagem.Acredito que os poetas, com seu olhar de dentro a completar o fora, devessem ser mais chamados a integrar o Cinema....

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Membro do PEN Clube de Itapira
Dama da ordem sereníssima da Lyra de Bronze e da SPVA-RN
Acadêmica da AFEMIL -Cadeira cecília Meireles 
e da ALB/Mariana-Cadeira Laís Corrêa de Araújo
e da AILA-Cadeira Luiza da Silva Rocha Rafael 




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Serviço:O Sl é publicação do Suplemento Literário de Minas Gerais(**)
Av. João Pinheiro, 342 - Anexo
30130-180 Belo Horizonte MG
Tel/fax: 31 3213-1072
suplemento@cultura.mg.gov.br

(**) Leio-o desde mocinha, quando Laís Corrêa de araújo era diretora e me mandava exempalres para Juiz de Fora.Muitos anos guardei todos-até que uma enchente(tsunami?) em São Luiz, Ilha do Amor, inundou-me a bela casa que alugáramos-e muitos livros e impressos perdi-na enxurrada, com a chuvarada, coladas as páginas, sob minhas muitas tentativas de salvá-los, secá-los.
Sempre bem impressionada com essa extraordinária poeta de origem pernambucana, casada com o grande poeta Affonso D'Ávila, coloquei-a como minha patrona quando tomei posse na academia de Letras em Mariana-MG.Ele doou -me, generosamente, uma edição luxuosa de seus poemas ilustrados , que distribui durante o jantar de confraternização e doei à Presidente, Andréia Donadon.

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Claudio Bento

domingo, 24 de junho de 2012

Coro de Uma só Voz-Clevane Pessoa

http://clevanepessoaeoutraspessoas.blogspot.com.br/2009_10_01_archive.html


Coro de Uma só Voz-Clevane Pessoa


Desejo


Quando a inveja cor/roi
o matiz mais belo fica desbotado
a água clara, turva
a linha reta, curva,
os meandros retificam-se,
os atalhos ganham muros,
tecidos novos, furos.

A inveja é ácido corrosivo,
coro de uma só voz, ou coral
dissonante.

Ah, se me admirarem , que não me invejem ,
que sou apenas água a escorrer clara
pelas pedras .
Que não distorçam minha palavra,
nem apaguem meus rabiscos.

E que jamais inveje qualquer pessoa
ou objeto de desejo...

Clevane Pessoa

Belo Horizonte,MG-Brasil - 23 de outubro de 2009




coro de uma só voz -Poema publicado hoje , em http://www.luso-poemas.net/modules/news/submit.php

Imagem:do site acima.

Amar, Amamentar-Clevane Pessoa


sábado, 19 de janeiro de 2008

Amar, Amamentar




Primeiro, é interessante que vejam essa animação, acessando o link abaixo:

http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/corrente_page.htm

E agora, leiam algo que escrevi em 2006 (logo depois, publicamos o e-book feito pelo Baçan (Vila das Artes), com trovas e alguns poememtos sobre Amar, Amamentar.

Primeiro vínculo afetivo-sexual


*Ao pretexto de um link (veja no rodapé)) para a animação do Laboratório de Desenhos, o leite materno.../Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Amigos, quando houve, em 2006, em Porto Alegre, uma conscientização para a importância da amamentação, no Encontro conhecido como ENAM(Encontro Nacional sobre Amamentação) a trovadora Carmen Pio, que no programa "A Hora da Trova", foi solicitada a enviar trovas no tema. Atendendo a seu apelo, pedi que os trovadores me enviassem as suas, novas ou antigas- que estou postando em meu blog (Meu Diário)

( www.clevane.net.com).

Enviei algumas. Transcrevo aqui, a primeira, escrita nos anos 70, a segunda, agora- de diametral de enfoque oposto, Recebi várias, confiram no blog (*). As minhas citas:

Estranho, amargo absinto,
essa miséria num lar:
a mãe que ao filho faminto
nem seu leite tem pra dar...

>>>***<<<
Quando é mãe, toda mulher
-e não se pode negar:
soma a tudo que mais quer
o prazer de amamentar...

Quando passo nas ruas desta cidade onde moro, Belo Horizonte, e nas ruas de cidades por onde passei, o quadro da mãe que amamenta em público, é sempre gritante, terrível ou belo. Sujas umas, sentadas na calçada, párias sociais, têm coladas ao peito, boquinhas vorazes. Limpas outras, arranjando um cantinho para saciar a fome e a sede de seus rebentos.
Mas a poética social eclode e me constrange, confrange, coaduna à situação. Mulher, mãe, já senti de perto o prazer, a beleza de ver o filho se alimentar através de mamas repletas de precioso líquido. Profissional, participei de seminários, campanhas, grupos educativos, momentos lindos, ouvi depoimentos...

Quando trabalhava com o médico pediatra, boliviano naturalizado brasileiro, Waldo Vergara Rojas, no PEP (PlanoEspecial de pediatria),pintei para ele um quadro onde uma famíla retirante segue sob o sol inclemente, e a mulher tem o filho moribundo, agarrado ao peito, onde das mamas pendentes nada escorre-e há linhas, marcas das unhas pequenas em desespero pelo não haver...

Houve uma época em que na maternidade, as mães recebiam latas de leite em pó, enviadas graciosamente pelos grandes trustes americanos de firmas enfronhadas no Brasil. E já ao sair para casa, a amamentação estava relegada ao Não, as mamadeiras ensinadas a substituir vitaminas naturral antibióticos, proteção, afeto...
Apresentaram o fantasma dos "seios"(linda palavra poética mas que, em anatomia, significa depressões, ocos-como os"seios da face") caídos, o mito da perda da beleza feminina pela amamentação...

Depois, o povo acordou e o governo brasileiro, umas instituições e pessoas muito bem intencionadas, começaram a reensinar o valor do leito materno, da importãncia do colostro, que aumenta naturalmente as resistências dos pequenos seres... O colostro, líquido rico e grosso, parece a resina de certas árvores... Noções de higienização, de psicologia, foram acrescentadas... No Maranhão, eu trabalhava em S.Luiz, quando estava o representante do ministério da saúde visitando uma URE (Unidade de Referência em Adolescência,)e uma das assistentes sociais fazia práticas educativas com um jovem casal. Veio à porta receber o ilustre visitante, mas pediu licença quase imediatamente, sorriu e disparou:
"_Desculpe não poder ficar mais tempo conversando, mas estou atendendo um casalzinho com seu bebê- e para nós, família ainda é o melhor remédio."

O médico do Depto de adolescência do MS ficou impressionadíssimo com uma sala onde as mães aprendiam tudo sobre alimentação. Na parede, dezenas de fotos de bebês fortíssimos e belos. talvez nenhum com os rostinhos no padrão dos anúncios americanos, que herdamos, crianças louras de olhos claros, mas carinhas pardas, indígenas, mulatas, negras e muitos branquinhos, pois em nosso país, a miscigenação é grande. Olhos de todas as cores. E almas incolores, como todas as almas...
Também notável a sala de estimulação precoce, onde crianças com deficiências quaisquer, como os DA (deficientes auditivos), estavam com as mães, a receber cuidados das especialistas. Crianças que não conseguem sugar, quais as que nascem com lábio leporino (com fenda palatal, com fendas labiais),as que nascem prematuras, sindômicas ou não, as portadoras de Síndrome de Down e muitas outras, não precisam ficar sem leite materno: há bombinhas coletoras, o leite pode ser armazenado, para alimentar adeqüadamente as criaturinhas com "néctar" das criadoras...
Estimulou-se a criação de bancos de leite- de 80 em diante, os trabalhos comunitários, as agentes de saúde, tudo vem promovendo esse retorno ao sagrado ministério do amamentar...
A função primordial das mamas, volta á pauta. "Seios" não são apenas para estimilação erótica, para símbolo de beleza feminina. São reservatório de saúde para a geração que se inicia nesse sagrado mister...
Os resultados- além de uma espécie de vocação que muitas mulheres, sejam mães meninas ou não, têm ,quase atavicamente, de promover a vida, a qualidade de vida, amamentando, estão afinal, despontando no cenário nacional.

Dá-me uma alegria gigantesca, saber de vínculos renovados assim. Noutro dia, uma jovem mãe, a doce Chuva, me confidenciava, depois de amamentar sua Mariah, menininha corada e alegre, de um ano- que jamais ficou doente- que adora fazê-lo. Apraz-me ver essa nova geração, já consciente da significância da amamentação. Além da mortalidade na infância ser reduzida, até poder desaparecer por desnutrição, o brotar da afetividade, começa nesse vínculo materno infantil. A boca é nosso primeira zona erógena e o prazer natural começa quando mamamos. Negado esse prazer, muito mais tarde, apresentam resistência ao afeto, frieza sexual e vários outros distúrbios. Muitos marmanjos olham-me espantados, quando, ao narrar situações conjugais ou sexuais, lhes pergunto: "Você foi amamentado?" Então, lhes explico o que estou querendo dizer.

Hoje abri o jornal eletrônico "Ano Hum", de João Abreu e encontrei um link do laboratório de desenho, com uma animação muitíssimo pertinente à sociedade do brasileiro em relação à amamentação. O momento é atualíssimo.. Clique e confira.
Não vou comentar, para não estragar o impacto, mas não deixe de abrir...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes


Belo Horizonte, MG, Brasil
Direção Regional do InBrasCi em Belo Horizonte, MG

( * )Mais tarde, o sempre solidário Lourivaldo Perez Baçan ( Vila das Artes) , fez um belo e-book, com todas as trovas coletadas e textos de Carmen Pio, Terezinha de Lisieux e meu prefácio.Quando enviei a encoemenda, ele disse que não cobraria, por reconhecer a utilidade pública.


Vou solicitar ao Baçan o devido link para esse lindo e-book e enviarei para vocês.





http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/corrente_page.htm

Publicado em 2008:clevane_em_pessoa:
http://clevanepessoa.blogspot.com.br/2008/01/amar-amamentar.html

quarta-feira, 20 de junho de 2012

1 -Nós da Poesia +20 Nosotros lançado no Rio de Janeiro.Programação enviada por Brenda Marques pena-Presidente do IMEL.


Sem Poesia a vida é insustentável


Lançamento da antologia Nós da Poesia + 20 Nosotros organizada pelo Imel reúne poetas de vinte países da América Latina, África, Europa e etnias indígenas

Com este tema, o IMEL - Instituto Imersão Latina, juntamente com a APPERJ - Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro, Soy Loco Por Ti, do Paraná, Comitê Mineiro da Cúpula dos Povos e Ciranda, celebram a diversidade cultural na Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro. O lançamento do livro Nós da Poesia  + 20 Nosotros, organizado pelo Imel será no dia 18 , próxima segunda-feira, às 14 horas, no aterro do Flamengo, tenda 28 (Patrick Lumumba), no Rio de Janeiro. E na quarta, 20 de junho, dia de abertura da Conferência da ONU Rio + 20, poetas participantes do projeto Nós da Poesia fazem um sarau às 19 horas, no Quiosque Estrela de Luz, na praia do Leme.

A atividade na Cúpula dos Povos terá várias apresentações culturais e performáticas com os grupos: Nós da Poesia, URBANOSEMCAUSA (Sérgio Gerônimo e Mozart Carvalho); Poeta saia da gaveta (Teresa Drummond e Neudemar Sant’Anna); Poesia, você está na Barra (Aluizio Rezende,Mariangela Mangia, Rinaldo Leite e Vânia Moraes); Poetas sem fronteiras (Eurídice Hespanhol e Jorge Ventura), Poesia a estiBordo (Diana Balis); Grupo Poesia Simplesmente (Laura Esteves, Angela Carrocino, Delayne Brasil e Silvio Ribeiro de Castro).

A coordenação geral da atividade é de Brenda Marques Pena, presidente do Instituto Imersão Latina, criado há 6 anos em Belo Horizonte, Minas Gerais, com o objetivo de reunir as vozes de ativistas da América Latina pela democratização da comunicação, direito dos povos e promoção de eventos de artes integradas.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Uma Árvore Chamada Terezinha

         Jacqueline Aisenman de azul, e sua árvore, Terezinha, observada por Rogério Salgado e por mim,  (Clevane Pessoa), no Jardim dos Poetas-Lagoa do nado, em 31 de maio de 2012.Salgado e eu  


Marco Llobus  marcara para 31 de maio, a segunda edição do Jardim dos Poetas(**):poetas que passaram pela Lagoa do Nado (*)em Saraus de Poesia , os que fizeram parte do histórico processo ...
A premiada prosadora e poeta Norália de Castro Mello estava nos primórdios da organização, em Brumadinho, de um  lançamento- do Varal do Brasil-2, onde estamos na qualidade de co-autoras e organizada por Jacqueline Aisenman a qual lançaria também seu próprio novo livro, "Briga de Foice", pela
Design Editora  , de Jaguará do Sul/SC, um belo trabalho editorial.jacqueline também é catarinense-e mora há anos, em Genebra.
Norália sonhava em reunir aqui, os co-autores mineiros.
Queria sobretudo, oferecer a Jacqueline a grande oportunidade de conhecer Inhotim (**).Mas as negociações se arrastavam, graças aos valores -e ela então, investiu potencialmente na Prefeitura de Brumadinho, onde hoje reside, que cedeu-lhe a Casa da Cultura-para a recepção de 01 de junho,hospedagem aos poetas e prosadores, várias benesses.A Secretaria de Cultura e Turismo entrou no esquema produtivo-e Norália pode contar com Juliana Brasil, Regina Esméria, Maria Lúcia Guedes, Maria Carmen de Souza, que se empenharam na decoração e na degustação de acepipes tipicamente mineiros juninos.Segundo comentários dos autores e convidados, foi uma grande confraternização-continuada em Inhotim e depois no Restaurante D.Carmita, com os lançamentos das antologias citas e livros dos presentes.
Bem, então, no Dia 31, aqui em Belo Horizonte, começamos a recepção à Jacqueline, que seria homenageada   junto com Diovvani Mendonça (leia-se Paz e Poesia ***) , no Sarau da Lagoa do Nado, no Restaurante D.Preta, reduto de poetas ,artistas e pessoas da Paz,  a convite de Claudio Marcio Barbosa , produtor cultural e poeta, que faz parte da família que administra o D.Preta.preparam um substancial prato mineiríssimo, o Feijão Tropeiro (****).
Foi organizada uma mesa de livros , para a degustação da mente e do espírito, por que não, do coração?Jacqueline recebeu as "Palmas Barrocas" -alusivas à arte sacra mineira, uma criação da artista de Sabará-uma das mais antigas cidades mineiras- Dirléia Neves Peixoto e que são parcimoniosamente distribuídas pelo grupo de Poetas Pela Paz e pela Poesia., grupo que realiza o Paz e Poesia em Belo Horizonte (*****).
No  D.Preta, , esperamos a chegada de Norália, que chegou com sua filha Daniela.Desse momento, participaram os poetas e artistas de Belo Horizonte, Marco Llobus, Neuza ladeira Rodrigo Starling, Iara Abreu, Maria Moreira, Adão Rodrigues, Fátima Sampaio, Rogério Salgado, Claudio Márcio Barbosa , Serginho BH (fundo musical ao violão) e eu. Co-autoras de outros Estados e cidades estiveram no congraçamento:Yara Darin, Maria Clara Machado,e, com Norália e Daniela, também artista, chegou a alegre Madhu Maretiori, que lançou  seu encantador "Em Nome de Gaia"- minilivro de grande conteúdo.
Bem, esse prólogo longo , mas necessário ao registro de nossa história de poetas, nos leva agora, à Lagoa do Nado.
Lá, além do mini tour pelo pulmão verde e suas águas, com passagem pela exposição a céu aberto da obra enraizada de Mestre Thibau., Jacqueline e nós, poetas convidados , fomos levados para plantar nossa árvore no Jardim da Poesia.
Quando saí de casa, sabendo que cada árvore poderia ser madrinha ou afilhada do poeta e o poeta  escolheria o nome de sua árvore, pensei em achegar-me a uma que desse muitas flores , para dar-lhe o nome de minha mãe, que adorava o verde.Eu andava daqui e dali, mas fui atraída por um cedro.Mesmo ele apresentando uma praga branca.Não consegui afastar-me das lindas folhas oblongas e acetinadas.Então, pensei:vou dar-lhe o nome de Máximo, pois meu avô ,paraibano,  trovador, cordelista e jornalista, repentista sonetista, que ensinou-me a metrificar e amar a poesia ainda no seu colo, não obstante árvore do gênero feminino na gramática, mas comum dos dois na espécie,Cedro sempre vai lembrar-me o gênero masculino.
Desejei muita sorte ao meu cedro-que cresça o máximo, seja o máximo-sobrenome de vovô, Luiz Máximo de Araújo  -pensei .
Depois de curtir a árvore que me escolheu, fui circular e quando Jacqueline Aisenman foi batizar a sua, ela disse-me;-Terezinha, o nome de minha mãe.
Fiquei literalmente arrepiada .Claro que o prenome da santinha de Lisieux é muito comum, mas eu, que vivo na memória e no imaginário, escritora que sou, logo pensei : -Mamãe, que adorava o pai, deu-lhe lugar.
E assim , toda vez que for ao jardim de nós,Poetas, no CC Lagoa do nado, vou acarinhar essas duas árvores:pela amiga distante, em outro país, Jacqueline Aisenmar e cultura o nome materno de ambas, e o d e vovô, meu mago iniciador que revelou-me a POIESIS, como soi ser, com autoria, orgulho e alegria ::Terezinha e Máximo.

Mais tarde, já em casa, li um texto maravilhoso, em Varal Antológico  2 de Jaqueline Aisenman ,denominado Pintura Ingênua, onde ela abre ao leitor o grande amor por seu pai  ("Meu pai, sentado na cozinha, palpitava a vida, dava palpites em tudo"), onde a mãe amada entreaparece, figura de fundo e de palco ,indispensável( "Ou ia pelos braços queridos de minha mãe,braços cheios de alma") .

Realmente , esse plantio para mim, transcendeu os objetivos lindos desse jardim de árvores: permitiu-me a sagrada memória familiar vir bailar conosco por entre as mudinhas esperançosas...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
(A Jacqueline Aisenman, agradecendo o convite para ser e estar em Varal Antológico 2:alegria e honra).

                                                                         ><

 Jacqueline, vendo nossos livros.Nas mãos, Sais-de Rogerio Salgado.Na pilha, meu Asas de Água e Nós, de Rodrigo Starling-entre outros.
                            Exemplaresde Varal Antológico- antologia coordenada por Jacqueline Aisenman
                                                 Livros e revistas onde estou ou de minha autoria.
 Café com Letras é da ALTO, em teófilo otoni e Lírios sem Delírios, meu livro mais recente (selo aBrace).
Revistas internacionais aBrace.
                                                      Convite para o evento em Brumadinho
 Seu Ribeiro, que lançou a antologia  “Festiverso: O desafio de repente na era digital’”. A coletânea  reúne  literatura de dezenas de poetas de norte a sul do Brasil participantes  do Festival de Repente Virtual “Festiverso
                              Livro de Marco Llobus:As Dores do Indaiá nas Memórias de Tapuia-selo Catitu.
 Livro de Rodrigo Starling, sobre voluntariado e sustentabilidade- que ele doa a instituições e pessoas interessadas no tema.
                                         Norália de Castro Mello e sua filha, artista Daniela.
 A matriarca, D.preta, com o mísico Serginho BH, que nos alegrou com sua música, durante o almoço..
 Acima, sobre o cartaz do evento em Brumadinho, Varal Antológico, o livro d e Neuza ladeira, Opúsculos-da anomelivros
 Antologia dos Juegos Florales do aBrace, bilingue, onde tenho poema e onde traduzi  para o Português os poemas em espanhol e livre interpretação, mas fiel ao contexto do autor.Um cartas, de meu poema Consumidores do medo, com foto de Marco Llobus e que saiu na antologia da editora Assis, de Uberlândia, dedicada ao tema do Medo, "Emoção repentina"-série Estações-sobre exempalres de O Sono das fadas-selo Catitu e perto dos posteres-revista do Paz e Poesia.
 À direita, Despalavras, coletânea de haikais, em bolsilivro, comemorativa dos cinco anos do virARTE, ao qual sou afiliada-de Sta Maria/RS -na capa, o desenho a pastel e nankim Gueixa Desconstruída é de minha lavra.
                                               O livro em miniatura, de Madhu, Em Nome de Gaia
                      Revista do Movimento Cultural aBrace-Brasil-Uruguai, que represento em Belo Horizonte-MG-onde escrevo, com autores de toda latinoAmerica.
               A antologia Varal Antológico 2 e o livro de poemas de Maria Moreira, que prefaciei.





(***) Inhotim-MG-Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico, mundialmente aclamado.


(*)Lagoa do Nado:onde, em 1992, Belo Horizonte inaugurou o primeiro  Centro Cultural, o Lagoa do Nado, na Regional Norte da capital-depois , muitos outros, uma descentralizada abertura cultural imensa!


(**)As comemorações dos 20 anos do CCLN, foram marcadas pelo plantio de 20 mudas de árvores  pelos poetas fundadores do "Sarau de Poesias/Estação Permanente da Poesia".Marco Llobus, o idealizador, que ali começou a ser poeta muito novo, obteve licença para a criação desse “Jardim de Poesias”. nessa abertura, foi convidado especial o poeta e cantador Seu Ribeiro, que lançou a antologia  “Festiverso: O desafio de repente na era digital’”. A coletânea  reúne  literatura de dezenas de poetas de norte a sul do Brasil participantes  do Festival de Repente Virtual “Festiverso”


(***) Inhotim-MG-Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico, mundialmente aclamado.

Joãozinho e a pedra-Comentários de Clevane Pessoa


Recebo, por e-mail,  de uma amiga, que recebeu de outra.
Eis mais umas das piadas de Joãozinho, o terrível- que representa a liberdade de expressão da criança brasileira em piadas e todos conhecem, sem rosto, sem idade certa, mas  
com o espírito da infância maliciosa ou não, que deve levar adultos não apenas rirem, mas a ponderarem o real significado:
Trata-se de uma anedota, que pode fazer rir, inconsequentemente, mas pode levar a complexas análises sobre a drogadição para a infância (e pré-adolescência adolescência...juventude...adultos a idosos!) .Eis a historia-zinha:
"Tempos modernos...

Na sala de aula, com seus alunos, o professor estava analisando aquele famoso poema de Carlos Drummond de Andrade:

"No meio do caminho tinha uma pedra.
Tinha uma pedra no meio do caminho.
E eu nunca me esquecerei
Que no meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho."
Depois de ter explicado exaustivamente, que ao analisarmos um poema, podemos detectar as características da personalidade do autor, implícitas no texto, o professor pergunta

- Joãozinho, qual a característica da personalidade de Carlos Drummond de Andrade que você pode perceber neste poema?

- Professor, das duas uma: ou ele era traficante ou era usuário!!!

Minhas considerações à amiga::





Você, enquanto Assistente , eu enquanto psicóloga, mas sobretudo, enquanto cidadãs, muito vimos e vemos as consequências das drogas.
Até na linguagem donde tantos pequenos, qual o joãozinho, relê "pedra" como crack.No entanto, muitos quando lerem a "anedota", apenas rirão.
Abrs:
Clevane 


Eis mais umas das piadas de Joãozinho, o terrível- que representa a liberdade de expressão da criança brasileira em piadas e todos conhecem, sem rosto, sem idade certa, mas  
com o espírito da infância maliciosa ou não, que deve levar adultos não apenas rirem, mas a ponderarem o real significado:
Trata-se de uma anedota, que pode fazer rir, inconsequentemente, mas pode levar a complexas análises sobre a drogadição para a infância (e pré-adolescência adolescência...juventude...adultos a idosos!) .

Em casa, se pais são severos ou ignorantes, a criança poderá ser cerceada, recriminada, ou apenas compreendida, se o meio onde vive, tem no entorno, drogadição, tráfico, crianças-avião, que vão no lugar de traficantes visados , buscar e entregar a droga, receber ou pagar dinheiro, sujeitas não apenas a balas perdidas, mas aos riscos que sua fragilidade natural facilita:violências-inclusive a sexual e óbito.Também são os viciados pelos que os usam, numa forma de exercício de poder.Em breve, eles correrão qualquer risco, para "ganhar" um pouquinho da droga da qual tornaram-se dependentes.
No caso doi crack, a situação geral , social e pessoal é gravíssima, porque ela age muito rapidamente no cérebro, 
os que as torna com muito mais dificuldades de aprendizado, de reflexos naturais nessa idade.Até o vocabulário sofre déficit, donde os especialistas concluírem que o crack é bem mais perigisi que a cocaína e nãoi apenas potencialmente.
Alguns irmãos mais velhos, namorados das mulheres que conhecem ou de sua família, obrigam-nos pela força e essa coerção pode ser mental ou fisica, mas, claro, viciar os menores é ainda mais produtivos, pois tornam-se escravos dos 
donos da droga.
Mas alguns pais usam os filhos, sem cerimônia- o pátrio poder-para ganhar dinheiro ! De uma senhora abrigada na Casa -Abrigo sempre Viva, em Belo Horizonte, onde por seis meses desenvolvi um trabalho de recuperação dos traumas das violências a que estavam submetidas mulheres e sua família,ouvi contar que o marido, pai de seus filhos bem pequenos, descia um morro onde moravam, com as crianças pela mão, passando  sem revista pelos policiais ali de plantão .Traficante, colocava na cuequinha e na calcinha do menino e da menina, os papelotes e as pedras.Onde certamente, vinha o dinheiro de seu lucro, com todos os micro-organismos que essas notas carregam, ali, próximas aos genitais.
Também soube de um pai, cuja esposa trabalhava , que convidada todos os usuários de seu grupo para sua casa, pois a oferecia  como reduto-e ganhava suas pedrinhas.No meio do vício, engatinhava a filhinha de nove meses.Um dia, ela voltou mais cedo e encontrou a cena.Quando reclamou, apanhou dele ,enquanto os outros riam.Apanhou prá  valer.
Já atendi muita gente em situação de risco -ou em meu consultório, ou hospital, muitas vezes fazendo entrelace de todos os vieses profissionais à mão:assistentes sociais, neurologistas, psiquiatras, delegada de delegacia especializada em crimes contra a mulher, ginecologistas, pediatras, hebiatras...
Lembro que se na escola, a criança cai de produtividade e aprendizado, pode ser porque ao  fazer  uso  de crack  o desenvolvimento cerebral sofre interferências .E a capacidade cognitiva, (como o cérebro age em relação ao exterior, por exemplo, percepção, pensamento, aprendizado, apreensão do novo, memória, tudo fica  em comprometimento que leva a deficits) .Os cinco sentidos, que tanto são coadjuvantes na aprendizagem, obnubilizam-se.Professores devem estar atentos, buscar saber as causas conversar com a familia. Muitas vezes,a creditam que as dificuldades de raciocínio,são deficiências de inteligência, quando na verdade, são fruto da drogadição.O crack prejudica rapidamente-então, se criança ou adolescente muda,porque a  memória  está afetada, a capacidade de comunicar-se verbalmente sofre inferências e diminuição - a fluência verbal, o excesso de gírias e gestos para substituir palavras de sua faixa etária ou das matérias ensinadas, , são sinais importantes.Sono na sala de aula, desconcentração , desinteresse, claro, prejudicam o aprendizado.Também devem observar a frequência  à escola, à sala de aula, pois muitos enganam a família , saem mas vão cumprir suas tarefas ou fazer uso do crack.
Outro ponto a observar é a violência-verbal, de atitudes, corporal, contra colegas e adultos da escola-até contra professores-que hoje chegam a ter de tratar-se para dominar crises de ansiedade ou pânico quando têm de sair para lecionar.


Ao ler a anedota sobre o Joãozinho, vemos um reflexo hodierno de como a releitura do banal torna-se específico.E se a pedra do poeta não mais entrar nos processos cognitivos tal com deve ser conhecida-dos calhaus à poesia do simbolismo drumondiano, ou das noções escolares de rochas à pedra filosofal, algo vai muito errado: pedra significa crack.Isso dói ! E nosso conhecido joãozinho, ou ouviu por aí e nem bem o que é, ou já sabe e o perigo ronda...


Clevane Pessoa
Psicóloga clínica, escritora, poeta.




Vale a pena visitar a página cita acima ( Tride 3), bem resumida, em especial se vc conhece pouco de drogadição .E leia ainda os comentários.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Rememória Graal feminino Plural-Exposição SESC LACES-Belô Poético-Belo Horizonte-MG
























Marco Llobus-nas fotos, montando a mostra no Hall do Sesc Laces, que começou a 01/07 e depois integrou o  Belô Poético a partir de 16/07 - passou para banneres meus desenhos  sobre mulheres e os poemas da série alusiva e que teve início em março de 2009, no Dia da Mulher, no galeria da Árvore-MUNAP-Belo Horizonte-MG