terça-feira, 27 de maio de 2014

Milagrama

Milagrama



Milagrama 

Poema de Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Um cogumelo de fumaça imensurável
resulta da bomba
insulta a pomba da Paz,
que enegrecidas penas,
revoa a fremir de dor,
gorgulhante…
e as penas se desprendem.
Quais as peles das pessoas.
Os olhos se enevoam,
mil tipos de cãncer
desorganizam as células
ou as célula,desorganizadas
provocam mil tipos de Câncer?
Fogo na garganta,voz trancada,
vozes em sussurros,
vozes aos gritos…
E o Cosmos, perplexo,
porque o resto da humanidade perplexa
vira o rosto,
não faz o gesto,
a sentir-se impotente…
Mas o povo japonês se refaz de si,se reconstrói
e “da solidão de Hiroshima”,
que tanto impactuou o jornalista atento,
o trovador solidário e observador,brotaram as flores do potencial humano,
testadas à exaustão.
E nasceram novas Horoshimas e Nagasakis,
mesmo que os criminosos
que pensam serem donos do Poder
(NÃO o são,”Não o são”)
continuem impunes,
o que importa,nesses sessenta anos,
é que as duas Phoenix se ergueram das próprias cinzas!






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Clevane Pessoa de Araújo Lopes é psicóloga e escritora em Belo Horizonte, MG.
O poema Milagrama faz parte da série Paz em Qualquer Campo, e foi escrito em 2006 para relembrar o horror das bombas atômicas lançadas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki durante a segunda guerra mundial.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Termômetro-de Clevane pessoa-em pavilhão S ingrando Horizontes-de José Feldman.

http://singrandohorizontes.blogspot.com.br/2014/02/clevane-pessoa-poemas-avulsos.htmlO amigo José Feldman, a quem vivo elogiando e indicando para poetas que precisam de mais espaço, é dessas pessoas mágicas, voltadas para os ritornellos dos outros, não centradas no próprio umbigo.Além de nos publicar, pensa na estética, emoldura, ilustra...Sou-lhe sempre muito grata e convido-os a essa visita.Clevane Pessoa

TERMÔMETRO
Clevane Pessoa.
O beijo, essência do real
promove sensações no soma, na anima, no animus
toca espaços antes ignotos
- mesmo se dado na boca atinge mil points de prazer.
O beijo é mediado pela impossibilidade de não acontecer.
Em simbiose de quereres, faz-se medida do desejo.
Se frio, bom desistir de investir
num futuro pobre ao lado de quem quer ser
parceiro arqueiro mais que certeiro
ao alvo a atingir
mas não acende o devido aceiro:
não acende chamas quando beija o beijo
que não logrou aquecer..
.

ORIE- a neta, sobre a avó-livro de Lúcia Hiratsuka-haikais de Clevane Pessoa, para a autora.






Quedo-me encantada com a delicadeza da arte e das palavras, aliás , característica de textos nipônicos.Amei!
Cada desenho , lembrou-me minha iniciação no desenho, quando eu desenhava com fusains franceses (ou mesmo meros carvões nacionais) 
e meu pai explicava-me que eram feitos de galhos de videira...Também gosto muito de desenhar a pastel...E amo papel kraft, no qual fiz muitos livretos e livros maiores , artesanais, nos Anos 80/90.
Veja, leia, no site da Editora Zahar, a delicada históiria , da avó da autora, em ORIE.
Congratulações a Lúcia Hiratsuka, por essa bela homenagem à sua avó. 

http://www.zahar.com.br/livro/orie

Haruko(*)
Clevane Pessoa.

(*) Haruko, primavera em japonês, é meu heterônomo para haikais e deixo aqui um , para a autora:


Primavera e outono
em verão da alma afetiva
saudam inverno...

Haruko