sábado, 27 de outubro de 2012
Rememória em torno de uma pena.Clevane Pessoa
Meus tios Luiza e Franck
foram pais de gestaçõess gemelares.
No meio, nasceu um menino sozinho,
que de amigos recebeu o apelido de Peninha
-qual chamava-me a Mestra eterna
Irmã Josefina, minha professora de Português.
Ele era moreno.
Os gêmeos primeiros e os caçulas, louros.
Então, Peninha conta-me que o mano Cione se foi.
O outro, Masinho,
já estava em outra dimensão.
Fiquei lembrando daqueles dois magricelas
levados e supersimpáticos .
idênticos .
Em um, aplicava-se duas injeções.
O que já a recebera, estava quietinho.
O outro,s e esgoelava...
Um de perde no Museu Mariano Procópio,
em Juiz de Fora,
Em círculos, perguntávamos por ele , aqui e ali.
Passou agorinha, apontavam guardas e visitantes.
Era o mesmo...
Mas vai-se meu primo Cione (*),
que gostava de cantar e desenhar.
Olho comprido para as damas bonitas,
paizão para a filha única,
contador de longas histórias.
Eu me arrumava ao espelho,
e os pirralhos olhando.De repente soltavam:
-Minha prima é tão bonita!
-Ah, não vai namorar agora, fica aqui
e conta uma história prá gente...
Aguenntou um tempo por aqui,
sem seu gemelar univetilino,
não sei como deu conta.
Tenho certeza que o Masinho (**) foi esperá-lo,
já cantando Boemia, Normalista,
qual o pai com voz de timbre parecido ao do Nelson Gonçalves.
paz e luz para vocês, meninos .
Não vão dar cantadas em anjas
bonitinhas, hem?:
Por aqui, deixaram saudades...
Para o Peninha, essa pena preta.
Para nós todos , também.
Clevane Pessoa
(*, **) Francione e Franciomar de Araújo
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